A defesa de Bolsonaro deve pedir prisão domiciliar.
— Não vou antecipar nada disso, mas evidentemente (podemos pedir a prisão domiciliar). O presidente Bolsonaro tem uma situação de saúde muito delicada. Não vou antecipar o que acontecerá ou não, mas isso pode ser levado à mesa, sim — disse o advogado Paulo Bueno, ao chegar ontem ao STF.
A decisão final caberá ao ministro Alexandre de Moraes, que trata o tema com sigilo. As autoridades, no entanto, já começaram a debater a questão, pois é preciso fazer um planejamento. Bolsonaro tem manifestado a aliados o receio de ser levado à Papuda. Aliados, porém, tentam acalmá-lo e consideram que é improvável que isso ocorra. Eles veem a cela da Polícia Federal como um destino provável.
Quartel: opção remota
Integrantes do Supremo e do governo Lula veem como remota a chance de Bolsonaro ser preso em quartel, diferente de Mauro Cid e Braga Netto. O comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, manifestou contrariedade, avaliando que levar Bolsonaro a um cárcere militar seria “politizar o quartel”.
O Exército afirmou que não há preparação para custódia de réus. A prisão domiciliar, por motivos humanitários e saúde (Bolsonaro tem 70 anos), não está descartada. O precedente de Fernando Collor, beneficiado por Moraes com domiciliar devido ao Parkinson, pode ser usado.
Bolsonaro poderia passar por cela especial na Superintendência da PF do DF ou pelo presídio da Papuda antes da domiciliar. Outra opção é uma ala reservada na Papuda, já usada em casos do mensalão e de 8 de Janeiro, mas o complexo sofre com superlotação: 16 mil detentos para 10 mil vagas.