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Plano de Lula para baratear alimentação avança em reuniões ministeriais

admin 26 de janeiro de 2025 Politica Sem comentários
Plano de Lula para baratear alimentação avança em reuniões ministeriais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo federal está avaliando alternativas para reduzir o custo dos alimentos, tanto os consumidos em casa quanto os adquiridos fora do lar. O tema ganhou destaque após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrar soluções rápidas durante uma reunião ministerial na segunda-feira. Entre as possibilidades mencionadas, Haddad destacou ajustes no vale-alimentação e no vale-refeição como meios para aliviar os custos.

Durante uma entrevista coletiva concedida na sede do Ministério da Fazenda na última quinta-feira (23), Haddad explicou que há espaço regulatório para melhorar o uso dos benefícios destinados à alimentação. “O trabalhador deveria investir quase 100% do recurso que recebe em alimentação, mas, muitas vezes, parte substancial desse dinheiro se perde ao longo do caminho”, pontuou, sem especificar como a mudança seria implementada.

O ministro ressaltou que a alimentação fora de casa é tão relevante quanto as compras em supermercados. Ele acredita que ao fortalecer o poder de compra dos trabalhadores, será possível promover uma queda nos preços. “Regulando melhor a portabilidade, entendemos que há um caminho para a redução dos custos, tanto no vale-alimentação quanto no vale-refeição”, afirmou.

Haddad já havia discutido o tema com Lula antes da reunião ministerial realizada nesta sexta-feira (24), na Granja do Torto. Em 2024, os alimentos e bebidas foram responsáveis por um terço da inflação registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que chegou a 4,83%. No acumulado do ano passado, a inflação desses itens alcançou 7,69%, com altas expressivas em produtos como carnes, leite longa vida, café e frutas. Haddad atribuiu parte do aumento ao dólar elevado, que impacta os preços internos. “Quando o dólar se estabilizar, isso também favorecerá os preços”, destacou.

Reivindicações dos varejistas

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou uma nota esta semana defendendo medidas para controlar a inflação de alimentos. Entre as propostas apresentadas, estão a reestruturação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), a adoção do modelo PAT e-social com apoio da Caixa Econômica Federal — que poderia gerar economia de R$ 10 bilhões anuais —, e a venda de medicamentos sem receita em supermercados, o que reduziria os preços em até 35%. A associação também sugeriu mudanças no sistema de validade dos alimentos e redução no prazo de reembolso dos cartões de crédito.

João Galassi, presidente da Abras, afirmou que essas medidas podem controlar a inflação, criar empregos e fortalecer a economia. “Com o apoio do governo federal, acreditamos que essas propostas beneficiarão diretamente as famílias, especialmente as de baixa renda”, disse.

Apesar disso, Haddad foi cauteloso ao comentar as sugestões. “Se a Abras quiser fazer propostas, é um direito dela. Mas nem toda proposta de um setor será adotada como política pública. Muitas delas têm impacto e podem ser contraproducentes”, enfatizou.

Esclarecimentos e reuniões

A reunião ministerial desta sexta-feira ocorre em meio a controvérsias envolvendo declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Durante uma entrevista, Costa mencionou “intervenções” do governo para combater a inflação, o que gerou especulações sobre medidas como congelamento de preços. Posteriormente, ele corrigiu o termo e afirmou que se referia a “medidas” para enfrentar o problema.

Na véspera do encontro, Costa liderou discussões iniciais com os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Carlos Fávaro (Agricultura) e o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello. Após a reunião, Teixeira destacou o andamento positivo das conversas e garantiu que caberá ao presidente Lula anunciar as ações definidas. Ele descartou, porém, a possibilidade de implementar mudanças na validade de alimentos, como propôs a Abras. “Isso não está em cogitação”, assegurou.




Tags: Lula

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