Com o objetivo de fortalecer o atendimento humanizado às mulheres vítimas de violência, o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), realizou nesta quarta-feira (18) a capacitação de profissionais das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Hospitais de Urgência e Emergência.
A ação visa expandir a implementação das Salas Lilás, espaços destinados a oferecer privacidade, conforto e atendimento especializado, como parte dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, campanha que ocorre anualmente entre 25 de novembro e 10 de dezembro.
Atualmente, a Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (Macma), localizada no bairro Cohab, já conta com uma Sala Lilás, sendo referência nesse tipo de atendimento. Em 2025, a SES planeja ampliar a estrutura para outras UPAs da Grande Ilha e, posteriormente, para unidades básicas de saúde em municípios do estado.
“A formação dos profissionais é essencial para que o acolhimento seja mais eficiente e humanizado. Muitas vezes, as unidades de saúde são a primeira porta de entrada para as vítimas após a agressão”, explicou Olívia Trindade, chefe do Departamento de Atenção à Saúde da Mulher da SES.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) revelam que, em 2024, foram registrados 3.270 casos de violência contra mulheres no Maranhão. Destes, 1.920 envolveram violência física, 787 psicológica, 626 sexual, 134 casos de tortura e 52 de violência financeira ou econômica.
A Lei 2.221/2023, que institui as Salas Lilás em serviços de saúde vinculados ao SUS, determina a criação de espaços estratégicos, garantindo um atendimento seguro e humanizado, longe da presença do agressor. Além disso, o serviço inclui suporte psicológico e encaminhamento para serviços especializados.
Profissionais das unidades de saúde destacaram a relevância da iniciativa. Paula Renata Martins, coordenadora do Serviço Social da UPA Parque Vitória, afirmou: “Essa capacitação nos ajuda a lidar com uma demanda crescente. Com o treinamento, podemos oferecer um acolhimento mais humanizado às vítimas.”
Silvia Leite, assistente social do Hospital Municipal Dr. Clementino Moura, também reforçou o papel das unidades de saúde no enfrentamento à violência: “Nosso trabalho exige respeito à vida e às mulheres. Precisamos de sensibilidade para agir, notificar casos, solicitar medidas protetivas e articular ações com outras instituições, garantindo a proteção e o suporte necessário às vítimas.”
A expansão das Salas Lilás e a capacitação de profissionais representam passos importantes no enfrentamento à violência contra a mulher e na construção de uma rede de acolhimento mais eficaz no Maranhão.
