Logomarca
Últimas Notícias

Obras restauradas após os ataques de 8 de janeiro retornam ao Palácio do Planalto

admin 7 de janeiro de 2025 Politica Sem comentários

O Palácio do Planalto recebeu, nesta segunda-feira (5), as obras restauradas que haviam sido danificadas durante os ataques de 8 de janeiro de 2023. Ao todo, 21 peças, que passaram por um processo detalhado de recuperação, serão reexibidas no local. O governo fará a apresentação oficial das obras na cerimônia de amanhã, que marcará o segundo aniversário dos atos golpistas.

As peças, escoltadas por uma viatura da Polícia Federal, foram transportadas em um caminhão e levadas até o segundo andar do Palácio. Entre os itens recuperados, estavam o quadro As Mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti, uma escultura de madeira de Frans Krajcberg e a escultura O Flautista, de Bruno Giorgi.

O trabalho de restauração foi conduzido por uma equipe da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em um laboratório montado no subsolo do Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência.

Além das obras expostas no Planalto, o Palácio também receberá, nesta terça-feira (6), o histórico relógio de Balthazar Martinot, que havia sido danificado durante a invasão. Este relógio, presenteado pela Corte Francesa a Dom João IV, rei de Portugal, foi restaurado na Suíça.

Os ataques de 8 de janeiro, realizados por extremistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, resultaram na invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo de contestar os resultados das eleições de 2022. Durante os atos, os golpistas destruíram diversos itens, incluindo obras de arte. O mural de Di Cavalcanti, por exemplo, sofreu sete cortes e o relógio histórico foi arremessado ao chão, sendo quebrado por um dos invasores, Antônio Cláudio Alves Ferreira, que foi condenado pelo STF a 17 anos de prisão.

O processo de restauração das peças custou aproximadamente R$ 2,2 milhões. Durante o ano passado, mais de 30 profissionais trabalharam no reparo de obras em diferentes materiais, como madeira, metal, papel, cerâmica e tela. As peças passaram por processos de documentação, limpeza, colagem, preenchimento e pintura para retornar à sua condição original.

Ações no STF e lançamento de hotsite

O Supremo Tribunal Federal (STF) também realizará atividades em memória dos ataques de 8 de janeiro. O vice-presidente da Corte, Edson Fachin, conduzirá uma roda de conversa com servidores e colaboradores envolvidos na recuperação das instalações depredadas e na restauração das obras. Além disso, será lançado um hotsite de memória com detalhes sobre os ataques, o processo de reconstrução e as responsabilidades dos envolvidos.

O STF apresentará também obras criadas com destroços dos danos causados pelos atos golpistas. Quatro artistas de Brasília participaram do projeto, que inclui as obras Manto da Democracia, de Valéria Pena-Costa, Páginas Carbonizadas da Constituição, de Carppio de Morais, além de peças de Marilu Cerqueira e Mário Jardim. As obras, que simbolizam a reconstrução do STF e a reafirmação da democracia, serão formalmente entregues a Fachin durante a cerimônia.

Valéria Pena-Costa, responsável pelo Manto da Democracia, convidou 60 mulheres para participar da reconstrução simbólica da toga da ministra Rosa Weber, então presidente do STF durante os ataques. A proposta visa manifestar um ato simbólico de identidade, solidariedade e força feminina.

A obra de Carppio de Morais, Páginas Carbonizadas da Constituição, é uma pintura que remete ao luto pelas páginas queimadas da Constituição Federal. O artista descreve a obra como uma reflexão sobre o Brasil, retratando sua diversidade e a divisão social e ideológica do país ao longo da história.




Tags: Obras do GOV

Comentários