O cenário do transporte coletivo em São Luís voltou a se agravar após ser constatado o descumprimento de um acordo estabelecido perante o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) por parte da atual gestão municipal.
O acordo, formalizado em ata no dia 8 de fevereiro de 2025 – como solução para uma grave paralisação do serviço –, previa o repasse de subsídios com a vinculação estrita desses valores ao pagamento dos salários e do tíquete-alimentação dos trabalhadores rodoviários.
Fontes de informação indicam que a Prefeitura de São Luís não tem honrado essa cláusula de exclusividade, gerando atraso no pagamento da categoria e minando a estabilidade do serviço.
O descumprimento do acordo não é o único ponto de tensão. A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) tentou, nos últimos meses, editar duas portarias com o objetivo de segregar o sistema de transporte da Ilha de São Luís.
A proposta visava separar o sistema urbano da capital do semiurbano, que atende as cidades vizinhas (São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa). A medida resultaria na necessidade de os usuários pagarem duas tarifas e utilizarem cartões de transporte distintos ao fazerem a integração no Terminal da Cohab/Cohatrac.
Entretanto, o Juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, SUSPENDEU as portarias. A decisão judicial, que permanece em vigor, protege milhares de passageiros, mantendo o direito à integração metropolitana com o pagamento de uma única passagem.
O sistema de transporte coletivo da Grande Ilha já demonstra claros sinais de colapso operacional.
Com o descumprimento do Acordo TRT e a suspensão do repasse de subsídios destinados aos salários, uma nova e grave paralisação (greve) da categoria rodoviária é considerada iminente. A situação coloca em risco a mobilidade urbana de São Luís e municípios vizinhos.