A trama golpista para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), envolvia os ex-ministros Walter Braga Netto, da Defesa, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), no comando de um “gabinete de crise”. A revelação consta no relatório da Polícia Federal, que desencadeou a Operação Contragolpe.
Documentos apreendidos pela PF indicam que esse gabinete seria formado após a execução do plano de assassinato de Lula. O plano detalha que o general Heleno seria o chefe do gabinete, com o general Braga Netto atuando como coordenador-geral. Logo abaixo deles, estariam o general Mario Fernandes e o coronel Elcio, responsáveis pela assessoria estratégica.
O arquivo, datado de 16 de dezembro de 2022, foi modificado no mesmo dia, com a última alteração registrada às 14h06, e tem como autor o general Mario Fernandes. A data de ativação do gabinete também é 16 de dezembro de 2022.
O plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes foi discutido na casa de Braga Netto, conforme apurado pelas investigações. O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid confirmou o encontro, o que também foi corroborado por materiais apreendidos com o general Mario Fernandes.
De acordo com a Polícia Federal, a reunião ocorreu no dia 12 de novembro de 2022 e serviu para aprovar o planejamento operacional dos “kids pretos”, um grupo envolvido no plano. Além de Cid, o encontro contou com a participação do coronel Hélio Ferreira Lima e do major Rafael Martins de Oliveira.
A PF também revelou que o ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), general Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, seria o responsável por mobilizar os “kids pretos” no plano, embora ele tenha negado as acusações.