Mestres, Mestras e brincantes do Tambor de Crioula reunidos em Cortejo pelas ruas do Centro Histórico e grandes shows no palco da Casa Barrica marcam a programação nesta segunda edição do Crioula Festival.
Dias 13 e 14 de dezembro, próximos, a capital maranhense vai respirar música e tambor de crioula com a realização do Crioula Festival. Esta será a segunda edição deste festival que teve estreia em fevereiro do ano passado, e que, agora, vai ocorrer no mesmo local onde o consagrou, na Casa Barrica, situada no berço cultural da cidade, o bairro da Madre Deus.
A programação é totalmente gratuita, e envolve oficinas, cortejo, shows e rodas de tambor de crioula, com mais de vinte grupos na programação. Uma oportunidade onde público e artistas podem exaltar as raízes dessa genuína expressão folclórica maranhense, patrimônio imaterial brasileiro.
Além de um festival folclórico musical, o Crioula Festival é uma verdadeira celebração do encontro das tradições da cultura popular e da contemporaneidade da música, formando um riquíssimo universo de sonoridades, numa experiência única.
No palco, Flávia Bittencourt, Tião Carvalho, Rosa Reis, Adriana Bosaipo, Vinaa e Paulinho Akomabu acompanhados por uma banda regida pelo Maestro Zé Américo Bastos farão o espetáculo nos dois dias do evento, juntos aos grupos de tambor de crioula. A programação vai sempre das 19h30 até 23h30.
Jesiel Bives (teclados), Edinho Bastos (guitarras), Carlos Raketh (contrabaixo), Marquinhos Carcará e Darklywson (percussões), Ronald (bateria), Daniel Cavalcanti, Daniel Miranda e Ricardo Mendes no naipe de metais, Fernanda e Sara (vocais), forma a banda sob a regência de Zé Américo Bastos.
Maranhense, radicado no Rio de Janeiro, Zé Américo Bastos está presente na história da produção fonográfica brasileira, como grande arranjador e diretor musical na discografia de vários artistas consagrados como Elba Ramalho, Alcione, Fagner e Dominguinhos. Produziu as principais coletâneas (LPs) de artistas do Maranhão nos anos 90; e álbuns de Gerude, César Nascimento, Jorge Thadeu, Josias Sobrinho, entre outros. É idealizador do Crioula Festival e assina a direção musical e arranjos. A saber, o maestro Zé Américo Bastos compôs a música-tema, exclusiva, do Crioula Festival.
“O Crioula Festival, para mim, é o momento em que a raiz da Cultura do Tambor de Crioula se junta com a Música Popular. É o momento em que, nós, que fazemos música popular, prestamos conta para os Mestres do Tambor do que eles nos ensinaram…”, pontua o Maestro Zé Américo.
O festival conta com a coordenação geral do cantor e produtor Emanuel Jesus e a produção executiva da jornalista Ellen Soares, que por meio da Interart Produção Criativa vem realizando projetos culturais de grande relevância para São Luís e o Maranhão.
Emanuel Jesus ressalta que “essa é a festa do Tambor de Crioula do Maranhão! Esse festival foi pensado de forma estratégica, onde juntamos o segmento musical com o Tambor de Crioula, duas fortes expressões artísticas e culturais que temos em nosso Estado. E pela segunda vez, vamos apresentar esse espetáculo para o público. Temos um potencial cultural gigantesco que o Brasil e o mundo precisam conhecer! Essa é uma iniciativa que tem a intenção de contribuir para a difusão dessa manifestação cultural poderosa, e ao mesmo tempo fomentar a cadeia produtiva da cultura”.
As oficinas de canto, dança e percussão serão ministradas pelo Mestre Tião Carvalhos e pelas coreiras Nadir Olga (Tambor de Crioula da Floresta de Mestre Apolônio) e Regina Avelar (Tambor de Crioula de Mestre Leonardo) para crianças e jovens estudantes de escolas públicas.
É uma forma de expressão de matriz afro-brasileira que envolve dança circular, canto e percussão de tambores. Seja ao ar livre, nas praças, no interior de terreiros, ou associado a outros eventos e manifestações, é realizado sem local específico ou calendário pré-fixado. Reconhecido em 2007 como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Desde então, o 18 de junho se tornou Dia Nacional marcado por festas em diversas cidades do Maranhão. Trazida para o estado por escravizados de diversas regiões africanas nos séculos XVIII e XIX, como divertimento ou uma forma de louvor e pagar promessa a São Benedito.
Essa manifestação afro-brasileira ocorre na maioria dos municípios do Maranhão, envolvendo uma dança circular feminina, canto e percussão de tambores. Dela participam as coreiras ou dançadeiras, conduzidas pelo ritmo intenso dos tambores e pelo influxo das toadas evocadas por tocadores e cantadores, culminando na punga ou umbigada – gesto característico, entendido como saudação e convite. (FONTE: Fundação Palmares).