Estabelecida há mais de 31 anos pela OMS em conjunto com a assembleia geral da ONU, a data 1º de Dezembro foi instituída como o Dia Mundial da Luta Contra a Aids. A medida tem como objetivo enfatizar a importância na conscientização e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, promovendo assim a diminuição em casos registrados de diferentes DSTS.
A doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana, teve seu primeiro caso registrado em 1959 na República Democrática do Congo, no entanto seu reconhecimento clínico aconteceu somente em 1981 no Estados Unidos. Mesmo que oficializado por diagnóstico após dois anos de seu registro, o primeiro caso da doença no Brasil ocorreu em 1980 no Hospital Emílio Ribas em São Paulo. Estima-se que em 2024, mais de 1 milhão de pessoas vivem com Aids no Brasil.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), foram registrados 4.174 casos de HIV no Maranhão, sendo 1.569 em 2024 e 2.605 em 2023. Entre as cidades com maior número de casos registrados, São Luís, Imperatriz, São José de Ribamar, Codó e Pinheiro possuem o maior índice.
A SES também destacou que os serviços de assistência especializados de cada município são responsáveis pelo atendimento das pessoas que vivem com HIV/AIDS, hepatites virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis.
O vírus HIV liga-se a um componente celular dos linfócitos T-CD4+, cuja sua função é organizar e comandar o sistema imunológico. Após tal ligação, o corpo da pessoa que possui a patologia perde a capacidade de se proteger contra doenças em geral, tornando-se vulnerável a agentes externos.
Uma das maneiras mais efetivas de praticar a luta contra a Aids, é evitar a transmissão ou contaminação da doença. O Vírus da Imunodeficiência Humana é transmitido no momento em que os fluídos corporais de uma pessoa que possui o HIV entra no organismo de outro individuo.
Mesmo que transmitida por contato, a Aids não pode ser transmitida através de espirros, abraços e nem beijos, limitando assim a contaminação somente em ocasiões onde ocorre contato com o sangue diretamente para dentro do organismo, como em relações sexuais desprotegidas; exposição ao sangue, como em transfusões sanguíneas ou compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas; transmissão vertical (de mãe para filho) e entre outra situações.
Segundo especialistas, assim como a não aceitação da doença, a não adesão aos procedimentos de tratamento também está intimamente ligada ao processo de morte dos infectados pelo vírus. Até o momento, a medicina não foi capaz de formular uma cura para a AIDS, porém seu tratamento possibilita que as pessoas infectadas pelo vírus possam viver de maneira saudável.
Entre as alternativas de tratamento, a terapia antirretroviral (TARV) destaca-se por restaurar e manter o sistema imunológico do paciente em funcionamento. Utilizando-se dos mais diferentes tipos de medicamentos, a TARV tem como objetivo reduzir a carga viral atacando o vírus nos mais diversos pontos do seu tempo de vida, inibindo assim o seu desenvolvimento.
Embora não muito popular, as terapias imunomoduladoras estão entre uma das alternativas para tratamento da doença, o procedimento consiste na aplicação de substâncias como Imunoglobulinas e Interferons que modulam ou fortalecem a resposta imunológica do paciente em tratamento, cooperando assim para uma resposta melhor e mais eficaz em relação a sua defesa celular.
Além de tratamentos laboratoriais específicos, existem terapias complementares e integrativas que também contribuem com a melhora física e imunológica da pessoa que possui Aids. Assim como a prática de atividades físicas, a medicina alternativa como acupuntura e fitoterapia estão presentes entre as alternativas de tratamentos efetivamente testados e realizados. O apoio nutricional como dietas balanceadas ou suplementos vitamínicos é um aliado essencial para manter a saúde do individuo.
O Brasil, por meio do Sistema Único de Saúde, é um dos países pioneiros em relação a disponibilização e acesso gratuito ao tratamento do HIV. Entre os serviços oferecidos, estão: Suporte Psicológico e Social; Atenção à Saúde Materno-Infantil; Tratamento de Infecções Oportunistas; Testagem e Diagnóstico; Profilaxia Pós-Exposição; Profilaxia Pré-Exposição e Tratamento Antirretroviral.
A disponibilização gratuita de tratamento para Aids no Brasil iniciou em 1996 com a aprovação da Lei nº 9.313, que garante pelo SUS, o oferecimento gratuito de medicamentos antirretrovirais. Desde o inicio do programa, estima-se que foram tratadas mais de 1,5 milhões de pessoas com a doença.
Em 2024, o SUS oferece tratamento para aproximadamente 770 mil pessoas que vivem com HIV, cerca de 5% em relação ao número de pacientes em 2022. O acompanhamento é realizado em Unidades de Saúde Especializadas (SAEs) presentes em diversas cidades do Brasil.
Instituído pela Lei nº 13.504 de 2017, o Dezembro Vermelho acontece anualmente e tem como objetivo conscientizar a sociedade em relação a importância do combate e prevenção a DSTS assim como a Aids. Durante o último mês do ano, a campanha nacional conta com ações de educação em saúde, mobilização social e iluminação de prédios públicos com a cor vermelha, símbolo da luta contra HIV.
A campanha é uma importante maneira de promover a saúde pública, enfatizar a necessidade de prevenção e tratamento relacionados à doença, conscientizando a população sobre os riscos e as necessidades de pessoas que vivem com Aids.
