O desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek, que conectava Estreito (MA) ao estado do Tocantins, ocorreu em 22 de dezembro de 2024, gerando uma grande tragédia na região Norte do Brasil. Durante o colapso da estrutura, um comboio de veículos trafegava sobre a ponte. O vereador de Aguiarnópolis, Elias Júnior, estava registrando imagens para denunciar as condições críticas da ponte no momento do acidente. O desabamento provocou o afundamento de caminhões e carros no Rio Tocantins, resultando em vítimas fatais e pessoas desaparecidas.
Inaugurada em 1970, a ponte era um importante ponto de ligação entre os estados, sendo fundamental para o transporte de mercadorias e pessoas. Nos últimos anos, motoristas e moradores haviam relatado problemas estruturais, como rachaduras e desgaste, mas os reparos feitos foram considerados paliativos. A suspeita inicial é de que o desabamento tenha sido causado pelo excesso de peso e pela falta de manutenção adequada, agravada pelas fortes chuvas que atingiam a região no momento do incidente.
Até o momento, 14 corpos foram recuperados durante as operações de resgate, incluindo motoristas e passageiros dos veículos envolvidos. Três pessoas ainda permanecem desaparecidas. Entre as vítimas identificadas, estão moradores e trabalhadores da região, que dependiam da travessia da ponte em sua rotina.
As operações de resgate enfrentaram desafios significativos devido à profundidade e correnteza do Rio Tocantins, além da necessidade de suspender temporariamente os trabalhos devido à suspeita de contaminação da água por ácido sulfúrico, transportado por um dos caminhões que caiu no rio.
As buscas foram retomadas após análises descartarem riscos de contaminação, mas, mesmo com o uso de drones e equipamentos submersíveis, as condições adversas e os escombros da ponte dificultaram a localização dos corpos restantes. Após 16 dias de buscas, em 7 de janeiro de 2025, as operações foram oficialmente encerradas. No entanto, as buscas poderão ser retomadas caso surjam novas informações concretas sobre as vítimas desaparecidas.
Em 8 de janeiro, foi necessário abrir as comportas da barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito devido ao aumento do nível do reservatório e ao regime de chuvas na região, com o objetivo de garantir a segurança da usina e das comunidades ao redor, segundo a Marinha.
No último dia 9, a Marinha do Brasil anunciou a prorrogação das buscas pelas vítimas do incidente, com ajustes operacionais para garantir a segurança das equipes. A base dos mergulhadores foi realocada para uma área mais elevada, devido ao risco de alagamento no local originalmente utilizado.
Segundo comunicado da instituição, a decisão de ampliar as operações foi possível após a administração da usina responsável pela área informar que poderia conter a vazão de água por mais alguns dias. A continuidade das buscas será reavaliada de forma periódica, conforme as condições locais.
O governo federal anunciou um plano emergencial para reconstrução da ponte, com previsão de entrega para dezembro de 2025. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estimou um custo de R$ 171 milhões para a nova estrutura, que será 7 metros mais larga que a anterior e incluirá acostamento, passeio e ciclovia. A obra também contemplará a demolição da ponte atual, novas fundações e melhorias nos acessos às duas cidades. O início da operação da balsa para a travessia, que foi adiado por dificuldades na construção dos acessos e na liberação de documentos, também está sendo aguardado, com a Marinha priorizando a instalação, porém sem negligenciar as normas de segurança.